A escoliose degenerativa, também conhecida como escoliose de novo, é um tipo de escoliose do adulto que ocorre devido à degeneração relacionada à idade da coluna vertebral. É diferente da escoliose idiopática do adolescente, que é o tipo mais comum de escoliose em crianças.
Epidemiologia: A prevalência de escoliose degenerativa aumenta com a idade, afetando até 68% da população com mais de 60 anos. É mais comum em mulheres do que em homens.
Por que acontece a escoliose degenerativa? A condição é causada pela degeneração assimétrica dos discos e articulações facetárias na coluna vertebral, levando a uma curvatura da coluna. Está frequentemente associada a outras condições como osteoporose, degeneração do disco e estenose espinhal.
Apresentação Clínica: Pacientes com escoliose degenerativa geralmente apresentam dor nas costas, radiculopatia (disfunção da raiz nervosa - dor nas costas que irradia para membros inferiores) e claudicação (mancar ou dor nos membros inferiores quando anda). A gravidade dos sintomas pode variar amplamente a depender da gravidade da escoliose e do grau de compressão dos nervos.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito usando uma combinação de histórico clínico, exame físico e estudos de imagem. Radiografias são a modalidade de imagem mais comum usada, mas a TC e a RM também são fundamentais para o diagnóstico completo desta doença complexa.
Tratamento: O tratamento da escoliose degenerativa é complexo e depende da gravidade da condição e da saúde geral do paciente. Tratamentos não cirúrgicos incluem fisioterapia, manejo da dor e uso de órteses. Tratamentos cirúrgicos, como a fusão espinhal, são considerados para casos graves.
As indicações cirúrgicas para escoliose degenerativa são:
Déficits Neurológicos Progressivos: Isso inclui sintomas como fraqueza, dormência ou dificuldade com equilíbrio e coordenação. Esses sintomas podem ser devido à pressão na medula espinhal ou nos nervos.
Dor Intratável: Isso se refere a dor severa que não responde a tratamentos não cirúrgicos, como fisioterapia, medicamentos ou injeções.
Deformidade Progressiva: Se a curvatura da coluna continuar a piorar, a cirurgia pode ser indicada para prevenir a progressão adicional e corrigir a deformidade.
Falha do Tratamento Conservador: Se os tratamentos não cirúrgicos foram tentados e não aliviaram os sintomas, a cirurgia pode ser considerada.
Função Prejudicada: Se a escoliose estiver afetando significativamente a capacidade da pessoa de realizar atividades diárias, a cirurgia pode ser indicada.
Conclusões: A escoliose degenerativa é uma condição comum na população idosa. É uma causa significativa de morbidade e pode impactar grandemente a qualidade de vida. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem ajudar a gerenciar a condição e melhorar os resultados do paciente.
Dr Eloy Rusafa,CRM-SP: 119869Neurocirurgião especialista em coluna pela USP
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